sexta-feira, 23 de outubro de 2009

COLUNISMO PARTIDÁRIO

Seria democraticamente razoável que os veículos de imprensa, no Brasil, fossem apenas órgãos de associações representativas dos mais diversos segmentos da sociedade civil brasileira, tais como as sindicais, as políticas, as religiosas, as de classe. O que não conduz à efetivação real da democracia no País é o domínio pleno que o poder econômico exerce sobre a grande imprensa nacional e, também, sobre os demais meios de comunicação com noticiosos públicos; pois que esses grandes veículos de comunicação, por serem pertencentes a grupos empresariais de monta, sói defendam sobremaneira os seus interesses privados e dos fechados grupos sociais a que se integram, em detrimento das causas e interesses públicos e verdadeiramente sociais. Para a democracia, no entanto, mais perverso ainda, por seu potencial de dano efetivo à formação da consciência cidadã da população, é que esses órgãos, a par de não assumirem publicamente suas condições de expressões de determinados segmentos do poder econômico, se auto-proclamam expressões da OPINIÃO PÚBLICA e propagam exercitarem noticiários independes e isentos. Nesse diapasão, não é incomum se encontrarem colunistas políticos da grande imprensa nacional, que se apresentam como severos Catões observadores da política brasileira, quando revelam-se reiteradamente, em seus escritos, meros porta-voz arraigados de determinados segmentos ideológicos-econômicos nacionais. Em Pernambuco, há um jornal diário que publica, comumente lado a lado nas páginas centrais do caderno de política, as colunas de dois jornalistas políticos perfeitos exemplos desse estado de potencial dano à formação cidadã. Uma dessas colunas políticas, assinada por um jornalista local, é a mais lídima expressão do ARENISMO pernambucano, que perpassou por pedessismo, pefelismo, até revestir-se de DEMOcratas. Para bem da democracia, essa coluna deveria assumir publicamente a sua origem e a sua ideologia, para que o público ao lê-lo saiba que opinião está a ler, não se engane com a esperança de ler algo independente ou isento. Do mesmo modo pratica a outra coluna, assinada por jornalista brasiliense, de posicionamento político e expressões jornalísticas que revelam a sua formação UDENISTA, o antigo partido da eterna vigilância da democracia que, depois da tentativa de golpes de estado e de contribuir efetivamente para a instauração e manutenção do regime militar, parece redivivo no PSDB. Há ainda outros casos no País, até mesmo de âncoras de noticiosos de TV que, à guisa de comentários, assumem escancaradamente os interesses de ruralistas, que seriam inclusive invasores de terras públicas, para demonizar impiedosamente o movimento social dos sem terra, pela destruição de laranjais ali ilegalmente plantados. Difícil é determinar em qual expressão partidária esse âncora se revela, porque os ruralistas grileiros de terra se acomodam nos muitos partidos conservadores existentes. Tem até um que já foi importante político do PPS, aquele partido neo-liberal, que se diz pós-comunista. É assim o COLUNISMO PARTIDÁRIO, um desserviço ao exercício da democracia, pelo seu potencial de dano à formação da cidadania brasileira.