quarta-feira, 21 de julho de 2010

A Conspiração entre os fazendeiros americanos, ONG internacionais, a FUNAI e o MST.

Terça-feira, 20 de Julho de 2010 23:18:32


Recebi uma mensagem eletrônica, de um dileto amigo, com uma matéria jornalística que lhe enviara um outro conhecido seu, com o pitoresco título de FAZENDAS LÁ E FLORESTAS AQUI, publicada no Estado de São Paulo e assinada pelo jornalista DENNIS ROSENFELD, professor de filosofia da UFRS.
Nessa matéria, o autor aponta uma conspiração gigantesca, na qual entram associações de fazendeiros americanos, organizações não governamentais de defesa do meio ambiente internacionais, empresas multinacionais de atividades diversas -  inclusive operadoras de cartões de crédito e operadoras no agronegócio, entidades eclesiásticas, movimentos sociais brasileiros e entes governamentais, entre outras.
Basicamente, na matéria, acusa-se que os objetivos dessa grand entente são, precisamente, proteger os interessess dos fazendeiros norte-americanos no agrobusiness internacional  - que lá poderiam destruir como quisessem os recursos naturais em proveito das suas explorações agropecuárias - em prejuízo da exitosa concorrência exercida pela atividade agropecuária brasileira - com a proibição de desmatamento à exaustão das terras brasileiras, inclusive as indígenas - como também alienar a soberania nacional, com incentivo à autonomia dos povos indígenas.
Diante a tal esdrúxula proposição, não me foi possível a contenção e, de imediato, respondi ao amigo, nos termos da mensagem, que a seguir transcrevo, textualmente: 
   
"Caro Paulo:
(... Omitidas duas linhas de mensagem estritamente pessoal...)
Quanto à matéria por ele divulgada é, claramente, uma construção louca, assemelha-se a uma feijoada completa misturada com uma adubada PAELLA.
Essa matéria não faz sentido algum, além de não divulgar os dados das fontes citadas.
Há coisas impossíveis, como  meter a FUNAI, junto com empresas privadas financiando ONG em projetos com finalidades estrangeiras.
Na verdade, o autor dessa mixórdia foi aproveitado na sua insanidade pelos rurícolas que sequer adentraram ao pensamento capitalista moderno. São ainda medievalistas, meros extrativistas, que objetivam unicamente os ganhos monetários que lhes podem advir de imediato, mesmo que a atividade leve à exaustão dos recursos naturais essenciais para a sobrevivência dos seus próprios descendentes.
Esses tresloucados sempre tiveram a CNA como seu castelo sede, de onde canhoneiam a todos e a tudo que ameace os seus particulares interesses. Não há nada de Brasil na exaustão dos recursos naturais, como fizeram com mais de 90% da Mata Atlântica, desde o tempo colonial, com a extração do pau-brasil, substituindo-se as florestas nativas pela monocultura da cana-de-açúcar - causa primeira e fundamental das calamitosas consequências causadas pelas recentes enchentes que assolaram os estados de pernambuco e das Alagoas.
Não é por outra razão, senão unicamente pela desenfreada extração madeireira e de minerais como pela intensa atividade monocultural agropecuária que o País possui extensas áreas erodidas, em estados tão distintos como o Pará, o Rio Grande do Sul, o Paraná.
Não deve preocupar aos brasileiros o que os americanos fazem na sua própria terra. O que deve nos importa sobretudo é o que devemos fazer com as nossas terras.
Se querem saber o que fazem, e o que não fazem, esses furiosos exaustores do solo brasileiro, lembrarei apenas o caso do projeto Jari, que teve início de execução nos anos 70 do século passado, abrangendo mais de 9 milhões de hectares, no Norte da Amazônia, às margens do rio Jari, com grande parte dentro da faixa de fronteira nacional.
Era titular de tal empreendimento o norte-americano DANIEL K. LUDWIG, considerado o homem mais rico do planeta, naquela época, que projetou ali homogeneizar a floresta local com essências exógenas e cultivar a maior plantação de arroz do mundo.
Ora, na verdade, tratava-se de um estrangeiro proprietário de terras aonde lhe era proibido pelo sistema jurídico brasileiro, com o agravante de que em seu testamento constava cláusula de constituição de uma fundação com o patrimônio das terras do tal projeto Jari, com sede na Suiça, a ser administrada pelo órgão da ONU responsável pela assistência aos apátridas e exilados políticos, com o objetivo de abrigar nessa área todos os que universalmente se encontrassem em uma daquelas condições de protegidos da ONU.
Assim tentou-se a internacionalização da Amazônia brasileira e não me consta que nem a CNA nem qualquer entidade ou pessoa física representativa das classes conservadoras deste País houvesse se oposto, ou apenas reclamado. 
Também os órgãos da mídia nacional silenciaram a respeito, até que o referido projeto Jari fracassasse no cumprimento dos seus desígnios ocultos e, então, fosse abandonado nos seus objetivos explícitos; sendo alienado a grupo nacional tradicionalmente parceiro de grupos estrangeiros, principalmente na área da mineração.
Restou o quê daquilo ? Faz-se necessário, ainda hoje, desvendar tudo sobre aquele projeto: o maior grilo de todos os tempos no Brasil; a tentativa de alienação de parte do território nacional; os crimes de lesa patria ali cometidos!
Esse é uma das omissões que verifico no governo do Presidente LULA. 
Imagino que, tal como sempre no Brasil, as forças do poder econômico brasileiro, onde despontam os maiores latifundiários capitaneados pela CNA, convenceram os poderes políticos da nação alí a não mexerem,  em prol da enganosa conciliação nacional, onde o povo permanece sempre como quem tem que ceder.
Grande abraço.
PCS"