quinta-feira, 11 de outubro de 2018

She e democracia à americana, do Norte.

Posto estava a ouvir uma das mais lindas composições românticas populares dos últimos tempos, que é She, com gravações consagradoras de Charles Aznavour e de Elvis Costello. A par da sua musicalidade marcante, a sua letra é uma ode à feminilidade declamada por uma hombridade consciente da complementaridade dos gêneros.                                                                                    Eis que sou perturbado no meu enlevo romântico pela leitura, que ao mesmo tempo fazia, de uma nota  jornalística a dizer sobre a suspensão da exibição de um filme de Woody Allen, o “A rainy day ir New York”.                                                                                                                                           A nota diz: “A Amazon suspendeu por tempo indefinido o lançamento de ""A rainy day in New York, Woody Allen"", cuja estreia estava prevista ainda para 2018. Será o primeiro ano sem lançamento do diretor em mais de três décadas. A principal razão seriam críticas pelo fato de o longa envolver romance entre homem adulto e uma adolescente. Allen foi inocentado em 1993 pela denúncia de abusar da filha adotiva.”                                                                                                     Nos albores do Século XXI, trata-se de uma censura à arte mais radical do que a que a medieval praticada. As pinturas de Madonas nos templos europeus advindos daquela época dão o testemunho, como as esculturas de deuses e deusas nos inúmeros museus daquele continente.                                   A constatação óbvia é o exercício desabrido e avassalador do fascismo no mundo ocidental da democracia burguesa. Presentemente, envidado através da atuação, explícita ou subterfúgia, por meios de comunicação os mais eficazes controlados por grupos financeiros e empresários, à busca de tudo fazer para a manutenção dos seus lucros e rendimentos defronte à crise permanente e irreversível do capitalismo - hoje, apelidado de economia de mercado.                                                
A novidade agora, nos EUA, é que dispensam a intervenção estatal para a censura. As próprias corporações oligopolizadoras dos meios de comunicação e entretenimento o fazem. A Amazon o fez. A notícia, entretanto, sugere que censura se arrazoaria em críticas à vida privada do autor. Mas a vida privada de um autor e sua obra não se confundem. No máximo, a análise dessa combinação, pode ser útil para o analista, o crítico, a buscar descobrir elo de razoabilidade de uma sobre a outra.     Na também má informação prestada pela nota, menciona-se o inocentamento do autor em um processo de abuso a uma filha adotiva, mas não se completa com a informação de que eles se casaram e vivem maritalmente.                                                                                                                   Estamos mesmo num período de fascismo avassalador em todo mundo ocidental, sendo a vanguarda desse retrocesso o quarto poder institucional mundial, as corporações de comunicação em geral.         No Brasil, em primeiro dominaram as pontos chaves do aparelhamento judiciário, depois a grande maioria dos legislativos, para encetar com o golpe parlamentar de 2016 , a “ponte para o futuro”, que nada mais é que a destruição da economia moderna nacional, pondo-a de volta aos idos anteriores a 1930.

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