São duas sérias medidas anunciadas pelo governo cubano, a serem concretizadas nos próximos meses: a demissão de 500 mil servidores públicos e restrições à concessão da cartilha denominada "libreta do abastecimento", com a introdução de mudanças que afetarão boa parte da população. A essas decisões o governo da ilha define um novo modelo econômico, chamado de "atualização do socialismo", abrangendo conceitos como impostos e microcréditos e a contratação de empregados por empresas privadas.
No início, a Revolução liderada por Fidel Castro em 1959, teve amplo apoio da opinião pública internacional, como, também, dos cubanos que resistiam à ditadura de Fulgencio Batista. A República de Cuba sempre foi objeto de intervenções externas, a partir dos dominadores espanhóis que ali permaneceram durante 400 anos. Em 10 de dezembro de 1898, a Espanha sofreu derrota definitiva com a invasão de tropas norte-americanas. O governo dos EUA estabeleceu, então, um governo militar na ilha, mantendo-o durante quatro anos.
Em maio de 1902 foi proclamada a República em Cuba, porém o governo norte-americano convenceu a Assembléia Constituinte cubana a incorporar um apêndice à Constituição da República através da qual era-lhe concedido o direito de intervir nos assuntos internos cubanos, limitando sua independência por 58 anos.
No primeiro dia de janeiro de 1959, o Exército Rebelde, sob a liderança de Fidel Castro, derrotou um governo cubano títere dos EUA, para instaurar em 1961 uma república socialista, organizado de acordo com os princípios marxistas e leninistas (partido único, sem eleições diretas para cargos executivos e imprensa sob rígido controle). Castro passou a ser o chefe de Governo, chefe de Estado e comandante supremo das Forças Armadas.
Sempre mantendo uma relação conflituosa com os EUA, buscou natural aliança com a então União Soviética para que a nação sobrevivesse, vendendo à URSS 5 milhões de toneladas do açúcar a preços mais elevados do que os praticados no mercado internacional, recebendo petróleo a preços subsidiados e cereais.
Era a válvula de escape ao bloqueio comercial internacional liderado pelos EUA na época da "guerra fria", quando Cuba permitiu a instalação de mísseis soviéticos, fato que quase deflagra um conflito nuclear entre as duas grandes potências militares existentes.
Os desentendimentos entre Cuba e os EUA se sucederam, inclusive a derrotada invasão da ilha, estimulada e financiada pelo governo norte-americano. Cuba, por sua vez, seguindo os padrões adotados, controlou os salários mensais, realizou uma grande reforma agrária, cujas primeiros 14 mil hectares pertenciam à família Castro.
Na sequência da Revolução, houve execuções de adversários, milhares de prisioneiros políticos (hoje, segundo o grupo oposicionista Comissão Cubana de Direitos Humanos, reduzidos a 200 ou 300). Doente, o comandante Fidel Castro passou o poder ao irmão Raul Castro, que vem, lentamente, promovendo algumas mudanças.
Em território cubano, é importante referir a existência de uma base militar dos EUA, em Guantánamo, o que implica na violação da sua soberania. Agora, o governo cubano parece sinalizar para o mundo que suas dificuldades são de grande vulto, amparada a economia, praticamente, no fluxo de turistas que visitam a ilha.
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