Na noite da última terça-feira passda, 31, ocorreu o falecimento de Seixas Dória, ex-governador de Sergipe, aos 94 anos de idade. Há um ano ele sofreu um acidente Vascular Cerebral .
O corpo de Seixas Dória foi velado no Palácio Olímpio Campos, o mesmo de onde a Ditadura o levou preso na madrugada de 1º de abril de 1964.
O governador Marcelo Déda apresentou o seu pesar publicamente em seu micro blog, a merecer relevo o necrológio que fez àqule que se incluiu, por sua história política, na linhagem dos grandes nordestinos de todos os tempos:
“À família Seixas Dória, os meus sentimentos. Que a grandeza da sua
história e a beleza do seu exemplo sirvam de conforto para sua ausência.
Seixas Dória foi um grande brasileiro. Nacionalista, democrata, foi
governador de Sergipe, cassado e preso pela Ditadura em 1964. No PMDB,
participou das lutas pela redemocratização, além de deputado federal,
diretor da Petromisa e secretário de Estado. Ele foi um símbolo da luta
democrática, uma referência na defesa do Brasil, um apaixonado pelo seu
querido estado de Sergipe."
Seixas Dória foi dignamente reconhecido com a maior comenda da República, entregue pelo
ex-presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, em 2007.
A vida política de Seixas Dória está concisamente reportada em Personalidades Sergipanas:
*A vida de um ilustre sergipano
João de Seixas Dória nasceu em 23 de fevereiro de 1917, em Propriá. Filho de Maria de Seixas Dória e Antônio de Lima Dória. Em 1946 é formado bacharelado em Direito pela UFF em Niterói, no Rio de Janeiro. Naquele mesmo ano, assume a Secretaria de Governo da Prefeitura de Aracaju, na gestão de Josafá Carlos Borges.
No ano de 1947, filia-se à UDN e se candidata a deputado estadual, vencendo as eleições e assume a liderança do Partido na Assembleia. Três anos mais tarde, em 1950, é reeleito para a Assembleia Legislativa e exerce a liderança da UDN e da oposição, além de dirigir o extinto jornal ‘Correio de Aracaju’.
Em 1953, apresenta os programas de rádio ‘Problemas em Debate’ e ‘Resenhas Políticas’, na recém criada Rádio Liberdade. Um ano depois, é eleito deputado federal e apoia a candidatura de Leandro Maciel ao Governo do Estado. Em 1958 é reeleito para a Câmara Federal e apoia a candidatura de Jânio Quadros à presidência, chegando a indicar Leandro Maciel a vice.
Em 1962 é eleito governador de Sergipe, disputando as eleições com Leandro Maciel. Em 13 de março de 1964, participa do Comício da Central do Brasil e em 1º de abril é preso após a implantação do regime militar e mandado para Fernando de Noronha, juntamente com Miguel Arraes, governador de Pernambuco.
No ano de 1965 lança o livro 'Eu, réu sem crime', contando a sua história na prisão, mas é impedido pelo Governo de realizar a noite de autógrafos em Belo Horizonte. Em 1966, volta a Sergipe, porém com seus direitos políticos cassados por 10 anos. Sobrevive administrando os negócios da família.
Em 1982, se candidata a deputado federal pelo PMDB, mas fica na suplência. Chega a assumir o cargo, mas por pouco tempo. Já em 1986, no governo José Sarney, assume o cargo de Assessor Especial da Presidência. Se engaja na candidatura de José Carlos Teixeira ao governo de Sergipe.
Em 2006, apoia publicamente a candidatura de Marcelo Déda a governador, que acaba vitorioso.
(BARRETO, Luiz Antonio; Personalidades Sergipanas, 2006, p. 143 a 151)
Esta a homenagem que OPINIÃO PUBLICADA presta à memória do grande brasileiro nordestino, nacionalista sobretudo, SEIXAS DÓRIA.
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quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012
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