A verdade sobre a Venezuela
Terça-feira, 10 de dezembro de
2019
12:28
Nestas últimas
semanas, a grande mídia nacional, apelidada por Paulo Henrique Amorim de PIG (Partudo
da Imprensa Golpista), tem dado todo azo às diatribes dos nefandos presidentes D. Trump e J. Bolsonaro, direcionadas à uma
suposta invasão militar do território venezuelano fazer valer a democracia ao
modo do Tio Sam, de certo como feito na Líbia, no Iraque et alii.
Como sempre, com a
propaganda fascista e preparatória de agressões militares, a verdade é a primeira
a morrer.
Os arautos dessa alvissareira
– para o Império – movimentação omitem,
contudo, que todos os ditadores venezuelanos que antecederam a revolução
bolivariana eram títeres do poderio econômico norte-americano.
Também ocultam que
antes de Chaves outro presidente democrático da Venezuela, Rómulo Gallegos, foi
derrubado por golpe militar de origem e patrocínio norte-americano, como agora
se tenta fazer, com apoio explícito do governo do Brasil nessa empreitada
ignóbil, a não se importar com o honroso histórico de mais de cem anos de
pacifismo brasileiro.
Ainda não se diz que
Chávez assumiu o governo em meio ao caos de golpes e contragolpes dos asseclas
dos estadunidenses, uns contra os outros, e pôs ordem e paz no território que
virara uma zona de anarquia sem limites.
Também não se diz que
quase não existe área agropastoril produtiva na Venezuela, porque todo o
território que seria próprio para isso foi tomado pela exploração petrolífera;
o que fez com que aquele país sempre importasse os gêneros alimentícios
necessários para abastecer a sua população.
Igualmente não se diz
que quem procedeu desse modo insano de exploração extensiva de petróleo foram
as grandes petroleiras privadas, maiormente norte-americanas, depois
estatizadas pela PDVSA.
Mente-se
deslavadamente quando se diz que petróleo norte-americano abastece, hoje, a
Venezuela, quando é precisamente o contrário, com os EUA sendo abastecido em
cerca de 20% para o seu consumo com petróleo venezuelano; inclusive a PDVSA
sendo proprietária, por meio de subsidiárias, de rede de abastecimento de
combustíveis no território norte-americano.
Ainda se oculta que a
razão da crise econômica venezuelana, além da queda abrupta e violenta no preço
internacional do barril de petróleo (inicialmente, cerca de 70% e, atualmente,
em cerca de 55%), é o bloqueio das contas internacionais da Venezuela pelos
EUA; a ameaça que o império faz ao comércio internacional de represália
econômica a quem comercializar com a Venezuela e até embargos de transações
comerciais costumeiramente realizadas há tempos.
Pessoalmente, quando
estive em Lisboa, no final de 2017, tomei
ciência através da mídia portuguesa de boicote que exportadores portugueses faziam,
por pressão estadunidense, ao embarque de produtos, já pagos, destinados às
festas natalinas venezuelanas; o que gerou um desabastecimento específico na
Venezuela, inclusive atingindo os emigrantes lusos, que constituem uma grande
colônia lá. Daí que se gerou uma pequena crise entre os governos da Venezuela e
de Portugal.
Penso que isso, embora
quase nada do que se tem por verdadeiro, é bastante para que se veja as grandes
aleivosias difundidas incessantemente pelos mais poderosos meios do jornalismo
nacional em tentativa de preparação midiática como meio de justificação de
injustificável agressão ao povo venezuelano, mediante invasão militar do território
soberano da República Bolivariana da Venezuela.
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