domingo, 27 de dezembro de 2020

 

A verdade sobre a Venezuela

Terça-feira, 10 de dezembro de 2019

12:28

Nestas últimas semanas, a grande mídia nacional, apelidada por Paulo Henrique Amorim de PIG (Partudo da Imprensa Golpista), tem dado todo azo às diatribes dos nefandos presidentes  D. Trump e J. Bolsonaro, direcionadas à uma suposta invasão militar do território venezuelano fazer valer a democracia ao modo do Tio Sam, de certo como feito na Líbia, no Iraque et alii.  

Como sempre, com a propaganda fascista e preparatória de agressões militares, a verdade é a primeira a morrer.

Os arautos dessa alvissareira – para o Império –  movimentação omitem, contudo, que todos os ditadores venezuelanos que antecederam a revolução bolivariana eram títeres do poderio econômico norte-americano.

Também ocultam que antes de Chaves outro presidente democrático da Venezuela, Rómulo Gallegos, foi derrubado por golpe militar de origem e patrocínio norte-americano, como agora se tenta fazer, com apoio explícito do governo do Brasil nessa empreitada ignóbil, a não se importar com o honroso histórico de mais de cem anos de pacifismo brasileiro.

Ainda não se diz que Chávez assumiu o governo em meio ao caos de golpes e contragolpes dos asseclas dos estadunidenses, uns contra os outros, e pôs ordem e paz no território que virara uma zona de anarquia sem limites.

Também não se diz que quase não existe área agropastoril produtiva na Venezuela, porque todo o território que seria próprio para isso foi tomado pela exploração petrolífera; o que fez com que aquele país sempre importasse os gêneros alimentícios necessários para abastecer a sua população.

Igualmente não se diz que quem procedeu desse modo insano de exploração extensiva de petróleo foram as grandes petroleiras privadas, maiormente norte-americanas, depois estatizadas pela PDVSA.

Mente-se deslavadamente quando se diz que petróleo norte-americano abastece, hoje, a Venezuela, quando é precisamente o contrário, com os EUA sendo abastecido em cerca de 20% para o seu consumo com petróleo venezuelano; inclusive a PDVSA sendo proprietária, por meio de subsidiárias, de rede de abastecimento de combustíveis no território norte-americano.

Ainda se oculta que a razão da crise econômica venezuelana, além da queda abrupta e violenta no preço internacional do barril de petróleo (inicialmente, cerca de 70% e, atualmente, em cerca de 55%), é o bloqueio das contas internacionais da Venezuela pelos EUA; a ameaça que o império faz ao comércio internacional de represália econômica a quem comercializar com a Venezuela e até embargos de transações comerciais costumeiramente realizadas há tempos.

Pessoalmente, quando estive em Lisboa, no final de 2017,  tomei ciência através da mídia portuguesa de boicote que exportadores portugueses faziam, por pressão estadunidense, ao embarque de produtos, já pagos, destinados às festas natalinas venezuelanas; o que gerou um desabastecimento específico na Venezuela, inclusive atingindo os emigrantes lusos, que constituem uma grande colônia lá. Daí que se gerou uma pequena crise entre os governos da Venezuela e de Portugal.

Penso que isso, embora quase nada do que se tem por verdadeiro, é bastante para que se veja as grandes aleivosias difundidas incessantemente pelos mais poderosos meios do jornalismo nacional em tentativa de preparação midiática como meio de justificação de injustificável agressão ao povo venezuelano, mediante invasão militar do território soberano da República Bolivariana da Venezuela.

 

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